segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A CIVILIZAÇÃO ROMANA.

A CIVILIZAÇÃO ROMANA.

A cidade de Roma, localizada no centro da península Itálica, região do Lácio, conta com duas explicações de sua origem: a primeira, retirada das obras História de Roma, de Tito Lívio, e Eneida, do poeta Virgílio, assinala que a cidade foi fundada em 753 a.C. pelos irmãos Remo e Rômulo; já a segunda explicação afirma que, historicamente, a fundação de Roma deu-se por volta de 1000 a.C. e é atribuída aos latinos.
Num primeiro momento de sua evolução política, Roma foi uma Monarquia, na qual o rei era o dirigente supremo, auxiliado pelo Senado. Nessa época, a sociedade romana dividia-se em patrícios, plebeus, clientes e escravos, mas somente os patrícios tinham à vida política em Roma.
Após um período de dominação etrusca, apoiada pelo rei, a aristocracia romana proclamou a República. Nela, o Senado detinha o poder quase absoluto, apesar de existirem outros órgãos (o Consulado, a Ditadura, a Assembléia Centurial e a Assembléia Curiata) e funções administrativas (pretores, censores e edis).
As desigualdades sociais existentes em Roma provocaram uma série de levantes envolvendo, especialmente, plebeus que reivindicavam maiores possibilidades de participação política. Tais levantes populares conseguiram estabelecer uma igualdade jurídica na sociedade romana, apesar da permanência das desigualdades socioeconômicas.
Roma, entre os séculos V a.C. e III a.C., conquistou diversos territórios, constituindo um vasto império. Para isso, teve de derrotar os cartagineses nas Guerras Púnicas e estabelecer seu controle sobre o mar Mediterrâneo. As conquistas romanas, além de ativar o espírito nacionalista, minimizando os conflitos sociais, tiveram uma série de efeitos que modificou o caráter da sociedade romana e promoveu a crise do regime republicano.
Durante a crise, verificou-se a polarização dos grupos: de um lado, a aristocracia (conservadora) e, de outro, o partido popular (reformista). Os irmãos Graco, pertencentes ao segundo grupo, ainda tentaram implementar reformas sociais, sendo porém, perseguidos e mortos pela camada dominante.
Em meio à instabilidade política vivenciada por Roma no século I a.C., foi estabelecido o Triunvirato, governo composto por três pessoas. O primeiro era composto por Júlio César, Pompeu e Crasso e o segundo, por Otávio, Lépido e Marco Antônio. Entre eles, Júlio César conseguiu implantar uma ditadura que, entretanto, preservava as instituições republicanas.
No final do século I a.C., Otávio, ao destituir Lépido e Marcos Antônio do poder, estabeleceu seu domínio sobre o governo, transformando-se no primeiro imperador romano.
A História da Roma Imperial caracterizou-se pela concentração de poder nas mãos de um único indivíduo: o Imperador.
O primeiro Imperador romano foi Otávio Augusto, que durante seu reinado, além de reduzir o poder do Senado, promoveu a política do “pão e circo”, a fim de conquistar o apoio da massa miserável da população de Roma. Conseguiu impor a paz nas fronteiras do império e dar grande impulso ao desenvolvimento econômico.
Os sucessores de Otávio, porém, não foram capazes de dar continuidade ao seu trabalho. Os governos de Tibério, Calígula, Cláudio e Nero caracterizaram-se pelo despotismo, pela corrupção, pelas perseguições, pelo descontrole moral e político.
Calígula chegou a nomear cônsul um cavalo e Nero pôs fogo em Roma.
As dinastias seguintes, dos Flávios e dos Antoninos, não conseguiram reorganizar a turbulência herdada da dinastia Júlio-Claudiana e, a partir desse momento, o Império Romano começa a perder partes de seu império para conquistadores estrangeiros.
Com a dinastia dos Severos, tem início o período de desagregação do Império Romano. Uma situação de crise abateu-se sobre Roma, e seus governantes não souberam contorná-la. O enfraquecimento do império facilitou a penetração dos estrangeiros, chamados de bárbaros pelos romanos.
Em termos culturais, o Direito foi o mais importante legado romano. Ainda hoje muitas das leis em vigor no mundo Ocidental têm por fundamento o antigo Direito romano.
Já no plano artístico, a cultura romana apresentou significativa influência grega, tanto na literatura como na escultura, arquitetura ou pintura.
Na literatura, alguns nomes merecem ser mencionados: Cícero, Virgílio, Horácio, Ovídio, Tito Lívio e Tácito. O idioma dos romanos, o latim, deu origem às línguas latinas: italiano, espanhol, português, romeno e francês.
Nas ciências, destacaram-se Plínio, o Velho, com sua História Natural, e Celso, na medicina.
Também a primitiva religião romana assumiu traços da grega, igualmente Politeísta e Antropomórfica. Algumas divindades latinas confundiam-se com as gregas, como Júpiter e Zeus, Juno e Hera, Vênus e Afrodite, Baco e Dionísio, Diana e Ártemis.
Durante o período Imperial da História romana surgiu e desenvolveu-se uma nova religião que marcaria profundamente o mundo ocidental: o Cristianismo.
O Cristianismo surgiu na Palestina, onde vivia o povo judeu, dominado pelos romanos. No Antigo Testamento (livro sagrado dos judeus) existem profecias que falam da vinda do Messias para salvar a humanidade. Para os judeus, esse Messias ainda não veio.
Já para os cristãos, já veio como o “Filho de Deus”: Jesus Cristo de Nazaré. Jesus, que era judeu de nascimento, pregava a harmonia e a paz entre todos os homens de boa vontade, ao mesmo tempo em que era contrário a qualquer forma de escravidão. Depois que Cristo foi crucificado os discípulo começaram a divulgar sua mensagem. Seus ensinamentos estão no Novo Testamento, a parte final da Bíblia, escrita pelos primeiros discípulos.
No começo, o Cristianismo foi adotado pelos pobres. Por isso, os cristãos foram tão perseguidos pelos romanos. Aos poucos, as classes altas adotaram essa religião. O Imperador romano Constantino se converteu ao Cristianismo em 331 e, mais tarde, em 391, o Imperador Teodósio proibiu outras crenças. Assim, o Cristianismo foi promovido à religião oficial do Império Romano. O Bispo de Roma, o mais importante de todos, tornou-se o Papa.

A CIVILIZAÇÃO GREGA.

A CIVILIZAÇÃO GREGA.

A Antiguidade Clássica difere da Oriental por comportar sociedades em que predominavam as relações escravistas de produção. Nessas sociedades, o Estado achava-se a serviço de uma classe proprietária de terras e de escravos. As mais importantes civilizações desse período foram a Grega e a Romana, que ofereceram as bases das sociedades atuais.
Localizada no Sul do continente europeu, a Grécia apresenta características naturais que favoreceram seu desenvolvimento marítimo-comercial.
O povo grego formou-se a partir da miscigenação entre os habitantes primitivos (pelasgos) e os invasores indo-europeus (aqueus, eólios, jônios e dórios). Foram os cretenses, porém, os primeiros a estabelecer sua hegemonia na região. Povo dedicado ao comércio marítimo, os cretenses eram governados por uma elite liderada por um rei (os reis Minos). Em sua organização social, a mulher tinha um papel importante. A capital cretense, Cnossos, foi destruída por invasores aqueus que estabeleceram a supremacia da cidade de Micenas, por sua vez superada quando invasores dórios implantaram seu domínio.
Do período de formação de Grécia, temos notícias dos poemas épicos Ilíada e Odisséia, atribuídos a Homero. Coma chegada dos dórios, muitos gregos dispersaram-se pelo interior do país, organizando-se em genos, clãs familiares por um pater. Nos genos predominava a propriedade coletiva dos meios de produção.
A desintegração dos genos gerou as polis, cidades autônomas governadas por reduzido grupo de proprietários de terras e de escravos, das quais Esparta e Atenas se destacaram.
A cidade de Esparta, localizada ao sul do Peloponeso, destacou-se por sua tradição guerreira. Fundada pelos dórios, sua população achava-se dividida em Espartanos, que compunha a elite dominante; Periecos, grupos pouco expressivo de pequenos comerciantes; e Hilotas, trabalhadores submetidos à escravidão.
O governo era monopolizado pela elite (oligarquia) que, através da Apela, da Gerúsia, do Eforato e da Diarquia, impedia o acesso da população à vida política. O imobilismo social em Esparta era garantido por um rígido sistema educacional que preparava, desde cedo, os indivíduos para a atividade militar.
A cidade de Atenas, por sua vez, caracterizou-se pela importante atividade marítimo-comercial. Localizada na Ática, região favorecida por seus portos, Atenas foi fundada pelos jônios no final do período homérico.
A sociedade ateniense era composta por quatro camadas: os Eupátricas, grupo que detinha o poder econômico e político, os Paralianos, comerciantes enriquecidos pelo desenvolvimento comercial da cidade, os Diacrianos, camponeses das áreas montanhosas, os Escravos e os Metecos.
Os constantes conflitos sociais tornaram necessárias reformas legislativas. Drácon, o primeiro legislador, tentou conter a ebulição social através de aplicação de penas mais severas aos infratores, enquanto Sólon, além de determinar o fim da escravidão por dívidas, estabeleceu o critério censitário para a participação na política ateniense.
Diante do fracasso dessas reformas, estabeleceu-se a tirania em Atenas. Os tiranos, dos quais Pisístrato foi o principal representante, tomaram o poder pela força e exerceram-no de maneira absoluta.
Apesar de Pisístrato ter favorecido o desenvolvimento comercial da cidade, seus sucessores não conseguiram harmonizar os interesses entre os diversos grupos sociais. Somente durante o governo de Clístenes, que assumiu o poder em 510 a.C., efetivou-se um plano de reformas políticas que garantiu a participação de uma parcela maior da população ateniense: todos os cidadãos maiores de 18 anos teriam acesso às decisões políticas. Implantava-se a Democracia ateniense. Mulheres, escravos e estrangeiros, entretanto, não possuíam direitos políticos.
O expansionismo persa sobre a região grega da Ásia Menor deu início às Guerras Médicas, em 494 a.C. Após diversas batalhas, os gregos livraram a península Balcânica de ameaça inimiga, conseguindo o reconhecimento persa do predomínio grego sobre o mar Egeu.
A vitória sobre os persas estabeleceu, porém, a hegemonia de Atenas sobre as demais cidades gregas. Foi o período do apogeu ateniense, época de Péricles, em que surgiram crescentes conflitos com outras polis. Esparta, liderando outras cidades gregas, organizou a Liga do Peloponeso, dando início às Guerras do Peloponeso.
Sucederam-se, então, inúmeros combates entre as cidades, esgotando o poderio grego, cuja vulnerabilidade permitiu que, em 338 a.C., Filipe II da Macedônia, invadisse e estabelecesse a preponderância sobre a Grécia. Filipe II foi sucedido por seu filho Alexandre, o Grande, que conquistou à Síria, a Fenícia, a Palestina, o Egito, a Pérsia e parte da Índia. Logo após a morte de Alexandre, conflitos internos pelo poder acabaram por enfraquecê-lo e dividi-lo, possibilitando a conquista romana.
A Civilização Grega legou ao mundo importante acervo artístico-cultural, que forneceu as bases sobre as quais se assenta nossa cultura ocidental.
O homem era, no pensamento grego, o centro do universo (antropocentrismo), e a razão humana, o meio de se chegar ao conhecimento.
A religião grega era politeísta e antropomórfica. Os Deuses na Grécia Antiga só se distinguiam dos homens porque eram imortais. De resto, revestiam-se de todas as características humanas.
Nas artes, os gregos revelaram sua genialidade: teatrólogos, arquitetos e escultores deixaram obras importantes para as gerações futuras. Alguns nomes merecem destaque, como Ésquilo e Sófocles, no teatro; Calícrates, na arquitetura; Fídias e Míron, na escultura. A arte grega preocupava-se em realçar o real, a simplicidade, a harmonia e o equilíbrio.
Na literatura destaca-se o nome de Homero, provável autor dos poemas épicos Ilíada e Odisséia. Heródoto e Tucídides destacaram-se na recuperação do história do povo grego.
A filosofia foi outra área da cultura grega à qual se dedicaram muitos pensadores. Dentre eles destacaram-se os nomes de Tales, Anaxímenes e Anaximandro, pertencentes à Escola de Mileto, Pitágoras e seus discípulos, os sofistas e os socráticos (Sócrates, Platão e Aristóteles).
Nas ciências, Tales de Mileto e Pitágoras são conhecidos por suas contribuições à matemática, enquanto Anaximandro e Aristóteles dedicaram-se à biologia, e Hipócrates, à medicina.
O advento do Helenismo deu um novo caráter à cultura grega, a qual passou a contar com diversos elementos da cultura Oriental.