terça-feira, 17 de novembro de 2009

Escutatória

Escutatória

Rubem Alves
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil.
Diz Alberto Caeiro que "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma". Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma".
Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor... Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração... E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade. No fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios: reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio.
Vejam a semelhança... Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio... Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas. Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos... Pensamentos que ele julgava essenciais.
São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se eu falar logo a seguir...
São duas as possibilidades. Primeira: fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado. Segunda: ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou. Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou. E, assim, vai a reunião. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência... E se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.
A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia... Que de tão linda nos faz chorar. Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio.
Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Literatura de Bolivia.

Literatura de Bolivia.

La constante agitación política que ha vivido Bolivia a lo largo de su historia (revoluciones, golpes de estado, guerras civiles, guerras con países vecinos, etc.) ha perjudicado el desarrollo intelectual del país. Muchos talentos tuvieron que emigrar o fueron ahogados por la convulsión interna.
En los últimos años la literatura de Bolivia se encuentra en un proceso de crecimiento, con la aparición de nuevos escritores, aunque sin olvidarse de los antiguos, como Adela Zamudio, Óscar Alfaro y Franz Tamayo, escritores de renombre nacional.
Escritores
Nataniel Aguirre
Óscar Alfaro
Víctor Hugo Arévalo Jordán
Alcides Arguedas
Alcira Cardona
Oscar Cerruto
Armando Chirveches
Adolfo Costa Du Rels
Gary Daher Canedo
Antonio Díaz Villamil
Javier del Granado
Ricardo Jaimes Freyre
Raul Otero Reiche
Jesús Lara
Juan Claudio Lechín
Asunta Limpias de Parada
Porfirio Diaz Machicao
Carlos Medinaceli
Jaime Mendoza
Víctor Montoya
Gustavo Navarro
Enrique Finot
Gabriel René Moreno
María Josefa Mujia
Gustavo Navarro
Gustavo Adolfo Otero
Natalia Palacios
Manuel Rigoberto Paredes
Miguel Lundin Peredo
Renato Prada Oropeza
Fausto Reinaga
Jaime Sáenz
Pedro Shimose
Gastón Suárez
Franz Tamayo
Victor Hugo Vizcarra
Juan Wallparrimachi
Adela Zamudio
Los pueblos de Bolivia cuentan con una rica tradición oral, manifestada en mitos, leyendas, cuentos, etc. que por desatención, aún no han sido puestos en el papel.
Anteriormente la población boliviana estaba compuesta en su mayoría por indígenas, pero ahora ha cambiado, hoy la gran mayoría es mestiza y esto ha llevado a enriquecer la literatura nacional con matices criollos o de otra índole para que se convierta en lo que apreciamos en la actualidad. Una literatura muy rica, oriunda de las tierras bajas (amazonia) y también de los andes bolivianos.