quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Che Guevara

Che Guevara.

Guevara nasceu em Rosário, Argentina, filho de um arquiteto que o obrigava a lições de tiros e banhos gelados todas as manhãs. Ele herdou desses anos excelente pontaria e asma incurável, além do hábito de leitura. Aos 19 anos, mudou-se para Buenos Aires para estudar medicina. Desse período até sua formatura, viajou pela América Latina. Segundo testemunho que deu mais tarde a estudantes cubanos, suas viagens o puseram em contato com a miséria e a fome, experiências que o fez concluir “que havia uma coisa quase tão importante quanto ser um pesquisador famoso ou fazer uma descoberta substancial para a ciência médica, e esta coisa era ajudar aquela gente”.
No México, em 1955, conheceu os irmãos cubanos Raúl e Fidel Castro, que haviam tentado depor o governo de seu país dois anos antes. Os três se uniram a outros 79 cubanos exilados no México e foram para Cuba dispostos a derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista, cujo Exército já os esperava na praia.
Dos 82 homens, só doze sobreviveram, entre eles Guevara e os irmãos Castro. Todos fugiram para os montes de Sierra Maestra, onde “Che” (apelido que recebeu por causa de seu sotaque argentino) expôs seus planos de combate, mais tarde reunidos no livro Guerra de guerrilhas. Deste foco originaram-se outros que deflagraram dois anos de luta contra as forças do governo, até a entrada dos revolucionários em Havana, em 1º de janeiro de 1959. Guevara tornou-se ministro da Indústria do Governo Fidel, quando estabeleceu contatos com a União Soviética e, acredita-se, convenceu o presidente a alinhar-se com os países comunistas.
Em 1965, “Che” partiu de Cuba para “a continuação da tarefa revolucionária”, primeiro no Congo Belga (hoje Zaire) e depois na Bolívia. Quando o governo boliviano anunciou sua morte em 1967, seguiu-se uma polêmica sobre suas circunstâncias e dúvidas sobre se o comandante guerrilheiro morto pelo Exercito da Bolívia era mesmo “Che”. Hoje sabe-se que ele foi executado numa sala de aula de La Higuera.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Religiosidade do Brasileiro.

A Religiosidade do Brasileiro.

A maioria do povo brasileiro é oficialmente católica. Mas, na hora do aperto, cada um apela para qualquer tábua de salvação: curas prometidas por templos pentecostais, revelações em centros espíritas, despachos em terreiros de macumba ou consulta à mãe-de-santo na umbanda. Por isso, diz-se que o brasileiro não tem propriamente religião e sim religiosidade.
De fato, muitos brasileiros possuem uma religiosidade sincretista: uma mistura de diferentes influências religiosas, predominando a mescla entre o Cristianismo de estilo europeu e as tradições religiosas africanas trazidas pelos escravos e preservadas pela população negra no país.
Soma-se a isso a superstição ou crendice tão comum em nossa gente: não passar debaixo de escada, evitar o mau-olhado, jogar um gole da bebida para o Santo, proteger-se de acidentes com as fitas coloridas do Senhor do Bonfim, etc. É falsa a idéia de que tais superstições estariam ligadas ao baixo nível cultural de nossa população. Nos Estados Unidos, os elevadores não marcam 13º andar... Porém, é verdade que a miséria serve de caldo de cultura para a expansão de igrejas, seitas ou templos que prometem curas a quem não pode pagar médico e remédios; alívio espiritual a quem vive sob angústia em situações conflitivas geradas pela falta de recursos (como excesso de moradores num pequeno cômodo de favela); glórias celestiais a quem trabalha oprimido, por um salário de fome.
Nos últimos anos, cresce no Brasil a influência de correntes religiosas orientais, bem como o interesse pela astrologia. No fundo, as pessoas buscam um pouco de paz em situações difíceis e, frente à insegurança social, aspiram prever caminhos do futuro.
A Igreja reconhece que outras religiões são também caminhos para o encontro com Deus e o amor ao próximo. Há evidentes sinais evangélicos em expressões religiosas não-católicas. Porém, dentro do respeito à liberdade de consciência da cada ser humano, a Igreja alerta para o risco das “curas milagrosas”, aconselhando que se lute por melhores condições de assistência à saúde na sociedade brasileira. (...)
É preciso também distinguir religião e magia. Na religião, os fiéis se submetem à vontade de Deus, convictos de que o Pai sempre deseja o bem e a felicidade de seus filhos. Na magia, os fiéis participam de rituais ou encomendam despachos, acreditando que assim podem obter a submissão da divindade à vontade deles. Ora, Deus não se submete aos nossos caprichos e nem devemos tomar seu Santo nome em vão. (...)