sábado, 30 de janeiro de 2010

ZUZU ANGEL.

ZUZU ANGEL.

Zuleika Angel Jones, conhecida como Zuzu Angel, (Curvelo, 5 de junho de 1923Rio de Janeiro, 14 de abril de 1976) foi uma estilista brasileira, mãe do militante político Stuart Angel Jones e da jornalista Hildegard Angel.
Mudou-se quando criança para Belo Horizonte, tendo em seguida morado na Bahia. A cultura e cores desse estado influenciaram significativamente o estilo das suas criações. Pioneira na moda brasileira, fez sucesso com seu estilo em todo o mundo, principalmente nos Estados Unidos.
Em 1947 foi morar no Rio de Janeiro e nos anos 50 iniciou seu trabalho como costureira, quando fazia roupas principalmente para alguns familiares próximos. No princípio dos anos 70 abriu uma loja em Ipanema, quando começou a realizar desfiles de moda nos EUA. Nestes desfiles sempre abordou a alegria e riqueza de cores da cultura brasileira, fazendo sucesso no universo da moda daquela época.
Nos anos 70, seu filho Stuart, ativista comunista, foi preso e morto nas dependências do DOI-CODI. O corpo de Stuart nunca foi encontrado.
A partir daí, Zuzu entraria em uma guerra contra o regime pela recuperação do corpo de seu filho, envolvendo até os Estados Unidos, país de seu ex-marido e pai de Stuart. Essa luta só terminou com sua morte, ocorrida na madrugada de 14 de abril de 1976, num acidente de carro na Estrada da Gávea, à saída do Túnel Dois Irmãos (RJ), em circunstâncias então mal esclarecidas.
O caso de Zuzu foi tratado pela Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, no processo de número 237/96, o governo brasileiro assumindo, em 1998, a participação do Estado em sua morte.
Em homenagem à estilista, o cantor e compositor Chico Buarque compôs, sobre melodia de Miltinho (MPB4), a música Angélica.
Zuzu Angel é um filme brasileiro de 2006, do gênero drama biográfico, dirigido por Sérgio Rezende.
A produção é de Joaquim Vaz de Carvalho, a produção executiva de Heloísa Rezende, a trilha sonora de Cristóvão Bastos, a direção de fotografia de Pedro Farkas, a direção de produção de Laís Chamma e Mílton Pimenta, a direção de arte de Marcos Flaksman, o figurino de Kika Lopes e a edição de Marcelo Moraes.
Conta a história da estilista Zuzu Angel que teve seu filho torturado e assassinado pela ditadura militar. Ela também foi morta em um acidente de carro forjado pelos militantes do exército ditatorial em 1976.

Lamarca.

Lamarca.


Carlos Lamarca (Rio de Janeiro, 23 de outubro de 1937Pintada, 17 de setembro de 1971) foi um militar brasilleiro, que desertou do exército durante a ditadura militar e se tornou um guerrilheiro comunista.
Como guerrilheiro, integrante da Vanguarda Popular Revolucionária, foi, juntamente com Carlos Marighella, um dos principais opositores armados à ditadura militar de direita no país, visando à implantação de um regime socialista no Brasil. Devido a isto, foi condenado por "traição e deserção" pelo Exército Brasileiro. É o unico homem na História do Brasil a receber status de traidor da nação.
Trinta e seis anos após a morte de Lamarca, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça sob supervisão do Ministro da Justiça Tarso Genro dedicou sua sessão inaugural a promovê-lo a coronel do Exército e a reconhecer a condição de perseguidos políticos de sua viúva e filhos. A decisão foi criticada na imprensa, sendo apelidada de "bolsa terrorismo".
Lamarca é um filme brasileiro de 1994, dirigido por Sérgio Rezende e baseado em livro de José Emiliano e Miranda Oldack, de título Lamarca, o capitão da guerrilha, uma biografia do militar e guerrilheiro Carlos Lamarca. A trilha sonora é de David Tygel.
A história começa em dezembro de 1970, quando o ex-capitão do exército brasileiro e grande atirador Carlos Lamarca e seu grupo rebelde auto-denominado "revolucionários" negociam com o Regime Militar, que chamam de "Ditadura", a soltura de presos políticos em troca da vida do sequestrado embaixador da Suíça, mantido por eles em cativeiro. Trinta presos são soltos e a "repressão" aumenta a perseguição aos guerrilheiros, comandadas por um general do Exército e o delegado civil Flores (referência ao delegado da vida real Fleury), que se apresenta como o matador de Marighella e outros "subversivos" e não hesita em torturar seus prisioneiros para obter informações. Os dirigentes do grupo de Lamarca querem que ele saia do Brasil, mas ele não aceita. Lamarca vai então para a Bahia, acompanhado da amante e também militante Clara, para se encontrar com os aliados da guerrilha Zequinha e seus irmãos. Eles o escondem em um sítio no interior do estado. Enquanto espera para se encontrar com os demais guerrilheiros para organizarem um levante rural, Lamarca lembra de momentos do seu passado, da experiência marcante de quando serviu como soldado da ONU no Canal de Suez que o fez se revoltar contra os "capitalistas", da sua mulher e filhos que enviara para Cuba e do campo de treinamento de guerrilheiros que criara no Vale do Paraíba em São Paulo.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Cinema.

→ Cinema.


O cinema é a técnica de projetar fotogramas (quadros) de forma rápida e sucessiva para criar a impressão de movimento, bem como a arte de se produzir obras estéticas, narrativas ou não, com esta técnica. Compreende, portanto, uma técnica, uma forma de comunicação, uma indústria e uma arte.
Estabelecer marcos históricos é sempre perigoso e arbitrário, particularmente, no campo das artes. Inúmeros fatores concorrem para o estabelecimento de determinada técnica, seu emprego, práticas associadas e impacto numa ordem cultural. Aqui serão apresentados alguns, no intuito de melhor conhecer esta complexa manifestação estética a qual muitos chamam de a 7ª Arte. De facto, a data de 28 de Dezembro de 1895, é especial no que refere ao cinema, e sua história. Neste dia, no Salão Grand Café, em Paris, os Irmãos Lumière fizeram uma apresentação pública dos produtos de seu invento ao qual chamaram Cinematógrafo. O evento causou comoção nos 30 e poucos presentes, a notícia se alastrou e, em pouco tempo, este fazer artístico conquistaria o mundo e faria nascer uma indústria multibilionária. O filme exibido foi L'Arrivée d'un Train à La Ciotat.
A primeira exibição de cinema no Brasil aconteceu em julho de 1896, no Rio de Janeiro, poucos meses após o invento dos Irmãos Lumière. Um ano depois já existia no Rio uma sala fixa de cinema, o "Salão de Novidades Paris", de Paschoal Segreto. Os primeiros filmes brasileiros foram rodados entre 1897-1898. Uma "Vista da baia da Guanabara" teria sido filmado pelo cinegrafista italiano Alfonso Segreto em 19 de Junho de 1898, ao chegar da Europa a bordo do navio Brèsil - mas este filme, se realmente existiu, nunca chegou a ser exibido. Ainda assim, 19 de Junho é considerado o Dia do Cinema Brasileiro.
No seu livro Cinema e História, Marc Ferro faz uma leitura cinematográfica da história e uma leitura histórica do cinema, demonstrando as relações nem sempre pacíficas entre o cinema e a história.
Marc Ferro analisa o cinema como agente da história: os documentários, assim como as obras ficcionais, são nessa interpretação construções do discurso; manipulando-se a informação obtém-se um precioso instrumento de propaganda. Importante contribuição teórico-metodológica na utilização do cinema como fonte para a pesquisa histórica.