segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A CIVILIZAÇÃO GREGA.

A CIVILIZAÇÃO GREGA.

A Antiguidade Clássica difere da Oriental por comportar sociedades em que predominavam as relações escravistas de produção. Nessas sociedades, o Estado achava-se a serviço de uma classe proprietária de terras e de escravos. As mais importantes civilizações desse período foram a Grega e a Romana, que ofereceram as bases das sociedades atuais.
Localizada no Sul do continente europeu, a Grécia apresenta características naturais que favoreceram seu desenvolvimento marítimo-comercial.
O povo grego formou-se a partir da miscigenação entre os habitantes primitivos (pelasgos) e os invasores indo-europeus (aqueus, eólios, jônios e dórios). Foram os cretenses, porém, os primeiros a estabelecer sua hegemonia na região. Povo dedicado ao comércio marítimo, os cretenses eram governados por uma elite liderada por um rei (os reis Minos). Em sua organização social, a mulher tinha um papel importante. A capital cretense, Cnossos, foi destruída por invasores aqueus que estabeleceram a supremacia da cidade de Micenas, por sua vez superada quando invasores dórios implantaram seu domínio.
Do período de formação de Grécia, temos notícias dos poemas épicos Ilíada e Odisséia, atribuídos a Homero. Coma chegada dos dórios, muitos gregos dispersaram-se pelo interior do país, organizando-se em genos, clãs familiares por um pater. Nos genos predominava a propriedade coletiva dos meios de produção.
A desintegração dos genos gerou as polis, cidades autônomas governadas por reduzido grupo de proprietários de terras e de escravos, das quais Esparta e Atenas se destacaram.
A cidade de Esparta, localizada ao sul do Peloponeso, destacou-se por sua tradição guerreira. Fundada pelos dórios, sua população achava-se dividida em Espartanos, que compunha a elite dominante; Periecos, grupos pouco expressivo de pequenos comerciantes; e Hilotas, trabalhadores submetidos à escravidão.
O governo era monopolizado pela elite (oligarquia) que, através da Apela, da Gerúsia, do Eforato e da Diarquia, impedia o acesso da população à vida política. O imobilismo social em Esparta era garantido por um rígido sistema educacional que preparava, desde cedo, os indivíduos para a atividade militar.
A cidade de Atenas, por sua vez, caracterizou-se pela importante atividade marítimo-comercial. Localizada na Ática, região favorecida por seus portos, Atenas foi fundada pelos jônios no final do período homérico.
A sociedade ateniense era composta por quatro camadas: os Eupátricas, grupo que detinha o poder econômico e político, os Paralianos, comerciantes enriquecidos pelo desenvolvimento comercial da cidade, os Diacrianos, camponeses das áreas montanhosas, os Escravos e os Metecos.
Os constantes conflitos sociais tornaram necessárias reformas legislativas. Drácon, o primeiro legislador, tentou conter a ebulição social através de aplicação de penas mais severas aos infratores, enquanto Sólon, além de determinar o fim da escravidão por dívidas, estabeleceu o critério censitário para a participação na política ateniense.
Diante do fracasso dessas reformas, estabeleceu-se a tirania em Atenas. Os tiranos, dos quais Pisístrato foi o principal representante, tomaram o poder pela força e exerceram-no de maneira absoluta.
Apesar de Pisístrato ter favorecido o desenvolvimento comercial da cidade, seus sucessores não conseguiram harmonizar os interesses entre os diversos grupos sociais. Somente durante o governo de Clístenes, que assumiu o poder em 510 a.C., efetivou-se um plano de reformas políticas que garantiu a participação de uma parcela maior da população ateniense: todos os cidadãos maiores de 18 anos teriam acesso às decisões políticas. Implantava-se a Democracia ateniense. Mulheres, escravos e estrangeiros, entretanto, não possuíam direitos políticos.
O expansionismo persa sobre a região grega da Ásia Menor deu início às Guerras Médicas, em 494 a.C. Após diversas batalhas, os gregos livraram a península Balcânica de ameaça inimiga, conseguindo o reconhecimento persa do predomínio grego sobre o mar Egeu.
A vitória sobre os persas estabeleceu, porém, a hegemonia de Atenas sobre as demais cidades gregas. Foi o período do apogeu ateniense, época de Péricles, em que surgiram crescentes conflitos com outras polis. Esparta, liderando outras cidades gregas, organizou a Liga do Peloponeso, dando início às Guerras do Peloponeso.
Sucederam-se, então, inúmeros combates entre as cidades, esgotando o poderio grego, cuja vulnerabilidade permitiu que, em 338 a.C., Filipe II da Macedônia, invadisse e estabelecesse a preponderância sobre a Grécia. Filipe II foi sucedido por seu filho Alexandre, o Grande, que conquistou à Síria, a Fenícia, a Palestina, o Egito, a Pérsia e parte da Índia. Logo após a morte de Alexandre, conflitos internos pelo poder acabaram por enfraquecê-lo e dividi-lo, possibilitando a conquista romana.
A Civilização Grega legou ao mundo importante acervo artístico-cultural, que forneceu as bases sobre as quais se assenta nossa cultura ocidental.
O homem era, no pensamento grego, o centro do universo (antropocentrismo), e a razão humana, o meio de se chegar ao conhecimento.
A religião grega era politeísta e antropomórfica. Os Deuses na Grécia Antiga só se distinguiam dos homens porque eram imortais. De resto, revestiam-se de todas as características humanas.
Nas artes, os gregos revelaram sua genialidade: teatrólogos, arquitetos e escultores deixaram obras importantes para as gerações futuras. Alguns nomes merecem destaque, como Ésquilo e Sófocles, no teatro; Calícrates, na arquitetura; Fídias e Míron, na escultura. A arte grega preocupava-se em realçar o real, a simplicidade, a harmonia e o equilíbrio.
Na literatura destaca-se o nome de Homero, provável autor dos poemas épicos Ilíada e Odisséia. Heródoto e Tucídides destacaram-se na recuperação do história do povo grego.
A filosofia foi outra área da cultura grega à qual se dedicaram muitos pensadores. Dentre eles destacaram-se os nomes de Tales, Anaxímenes e Anaximandro, pertencentes à Escola de Mileto, Pitágoras e seus discípulos, os sofistas e os socráticos (Sócrates, Platão e Aristóteles).
Nas ciências, Tales de Mileto e Pitágoras são conhecidos por suas contribuições à matemática, enquanto Anaximandro e Aristóteles dedicaram-se à biologia, e Hipócrates, à medicina.
O advento do Helenismo deu um novo caráter à cultura grega, a qual passou a contar com diversos elementos da cultura Oriental.

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