terça-feira, 11 de agosto de 2009

A Civilização Egípcia

A CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA.

Localizada no nordeste da África, área essencialmente desértica, o Egito constituiu-se, durante milhares de anos, num importante império. A existência do Nilo foi fundamental, uma vez que forneceu as condições naturais indispensáveis para o desenvolvimento agrícola.
Até cerca de 3200 a.C., no chamado período Pré-dinástico, o Egito era formado por aldeias (nomos) governados por chefes locais (nomarcas). Essas aldeias, por volta de 3500 a.C., agregaram-se constituindo dois reinos (o Alto Egito e o Baixo Egito), os quais, sob comando de Menés, fundiram-se e deram origem ao Egito unificado.
O período Dinástico divide-se em três momentos: Antigo Império, época da construção das pirâmides; Médio Império, fase marcada pela invasão dos Hicsos; e Novo Império, quando o Egito conheceu o esplendor, graças às conquistas militares efetuadas por Tutmés III e Ramsés II.
Na Antiguidade, a economia egípcia caracterizava-se pela preponderância das atividades agrícolas, pela servidão coletiva que é uma das características do Modo de Produção Asiático.
O Modo de Produção Asiático recebeu esse nome porque foi estudado, pela primeira vez, em povos da Ásia. Mas isso não significa que tenha ocorrido só nessa região. Na verdade, as características desse modo de produção também foram encontradas em diferentes épocas e lugares do planeta, como a ilha de Creta, a África e a América. O Modo de Produção Asiático tem as seguintes características:

• As terras não pertencem diretamente à comunidade. Elas são usadas pela comunidade, mas sob o controle do Estado;
• As classes dirigentes organizam e administram o Estado;
• A maior parte da sociedade (os pobres) passa a servir aos interesses dos governantes (os ricos e poderosos), devendo-lhes obediência e tributos, que geralmente era pago sob forma de produtos ou trabalho, era a instituição da servidão coletiva.

O regime das cheias do rio Nilo fornecia a água necessária para o desenvolvimento agrícola da região: de junho a setembro, as abundantes chuvas que caem na nascente do rio levam-no a transbordar e suas águas ocuparem as margens onde são depositadas substâncias fertilizantes (especialmente o Húmus). Terminando o período chuvoso, o rio volta a ocupar seu leito normal, deixando as margens prontas para a agricultura.
Os egípcios deviam pagar impostos ao faraó, trabalhando gratuitamente nas construções públicas, ou cedendo parte da produção da aldeia. Assim, desenvolveu-se uma monarquia teocrática, na qual o faraó era considerado de origem divina.
A sociedade era dividida em vários estratos, destacando-se as seguintes categorias a mais privilegiada ocupada pelo faraó e sua família, os sacerdotes, os nobres (formavam uma aristocracia hereditária e compunham a elite militar e latifundiária) e os funcionários públicos (estavam a serviço do Estado para planejar, fiscalizar e controlar a economia); e a camada não privilegiada composta pelos artesãos (trabalhadores assalariados que exerciam diferentes ofícios), camponeses (constituíam a maior parte da população egípcia) e escravos (faziam os serviços domésticos e trabalhavam nas pedreiras e minas), em geral prisioneiros de guerra. A ordem social era mantida pela força e pela religião.
Os egípcios cultuavam vários Deuses, em geral representando fenômenos da natureza, ou seja, eles eram politeístas. Esses Deuses apresentavam-se sob a forma humana (Antropomórfica) animal (Zoomórfica) e humana e animal (Antropozoomorfismo). Acreditavam na vida depois da morte, criando aprimoradas técnicas de mumificação. Com isso, desenvolveram um apurado conhecimento da anatomia humana, favorecendo o desenvolvimento da medicina, surgindo especialistas em várias áreas, para doenças do estômago, do coração ou fraturas.
Devido aos abusos cometidos pelos sacerdotes, que se aproveitavam das crenças populares para aumentar suas fortunas e explorar o povo, o faraó Amenófis IV fez uma reforma religiosa, implantando o monoteísmo, isto é, a crença e a adoração de um só Deus: Aton. O monoteísmo de Aton, entretanto, foi de curta duração. Depois da morte de Amenófis IV, o politeísmo foi restaurado, principalmente no reinado de Tutankamon, que permitiu o restabelecimento do poder dos corruptos e exploradores sacerdotes.
A engenharia teve grande importância na civilização egípcia, em função principalmente da construção de monumentos. A astronomia auxiliava na determinação das épocas de plantio e de colheitas, elaborando-se até um calendário solar composto de 12 meses, cada mês com 30 dias. Destaca-se ainda a matemática, que progrediu, especialmente, com o sistema tributário.
A arte egípcia relacionava-se à religião e teve na arquitetura o ramo que mais se desenvolveu. Os egípcios apresentaram um papel de destaque na escrita, utilizando para diferentes fins a hieroglífica (sagrada), a demótica (popular) e a hierática (para documentos).
Na pintura, as figuras humanas não são retratadas de maneira natural. Geralmente o torso e os olhos são desenhados de frente, embora a cabeça e as pernas estejam de perfil.
Na filosofia, alguns filósofos, como Ptahotep, pregavam a justiça, a retidão, a bondade, a delicadeza, a jovialidade e a tolerância. Outros, como Kherkheperre, criticavam as injustiças sociais.

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